11 de fevereiro de 2017

Perdida

Por não saber mais o que é um abraço
Vivo desacreditada dos laços
Por não sentir mãos entrelaçadas
Vivo mudando de calçada

Desaprendi o carinho
Desconheço o cuidado
Perdida no caminho
Do antes só que mal acompanhado

12 de setembro de 2016

Setembro Amarelo

E o tempo, ele passa mesmo?
Ou tudo não passa de desejo
Desse movimento de translação
Que gira a alma e acalenta o coração

E a ferida fecha?
Será que a cura é instantânea 
Será duradoura ou momentânea
Sei lá, deve estar em alguma brecha...

E o sorriso, será que ele chega?
Ou melhor, ele chega e fica
Atrás da mecha está a lágrima
Mas eu sei que essa menina ainda brinca...

E a vida, será que ela segue?
Sei não, esse horizonte turvo...
É preciso ver além
Sim, você consegue!

Naná Kavaliauskaite - 12/09/2016



Setembro Amarelo, mês de combate ao suicídio.

4 de maio de 2016

Pássaro aventureiro

Sonho com seu beijo doce
Suas virtudes, vicissitudes
Ilicitudes...
Um abraço teu que fosse.

Esse riso largo
De alma solta
E eu num olhar vago
Desejando sua boca.

Ah... esses olhos aventureiros!
Suas asas abertas
Num voo passageiro.

De longe, observo o pouso
Só mais uma breve parada
Não me darias a honra de uma temporada.

Naná Kavaliauskaite - 04/05/2016

15 de março de 2016

Eu curto

Curta é a sua mente.
Indecente é a sua consciência.

Naná Kavaliauskaite - 15/03/2016


29 de fevereiro de 2016

Em cada abraço, um afago.

É vazio teu eu em mim
Foste do céu ao inferno
Antes o calor de tuas mãos
Hoje brisa gelada de inverno.

É sincera a tua busca
Olhar a volta, vago
Deus sabe o quanto custa
Em cada abraço, um afago.

É disfarce teu sorriso
E verdade teu apelo
Almejas vida todo dia
Em cada esquina, um apego.


Naná Kavaliauskaite - 28/02/2016


Frida Kahlo #nãomekahlo

Artes, literatura, história desde sempre encantaram-me. Lembro-me com carinho das aulas do surrealismo no antigo segundo grau e de nossa ida ao Museu de Belas Artes, conhecer o surrealismo na prática, numa exposição que agora não me recordo de quem era. Feliz ideia de nossa querida professora! 
Depois de muito tempo sem visitar um museu ou galeria, tive o imenso prazer de conhecer o Espaço Caixa Cultural, numa exposição fenomenal, com obras somente de mulheres surrealistas. Elas que deixaram o simples papel de esposas de artistas e políticos e tornaram-se artistas, discutiam política e já naquele tempo sambavam na cara da sociedade. 
A exposição com enfoque especial em Frida Kahlo, pintora mexicana, que viveu uma relação de amor e ódio com o então pintor Diego. Conheci Frida primeiramente num contexto histórico-cultural, onde a alguns anos atrás, assistindo ao filme biográfico, encantei-me com sua trajetória de lutas com família patriarcal, doenças, paralisia, dores físicas, comunismo, traições, bissexualismo, infertilidade e por fim, por incrível que pareça, fui conhecer sua obra depois de sua história. 
Uma explosão de emoção ao olhar os quadros de Frida e ver a sua capacidade de externar o quão profundo seu sentimento em obras lindíssimas.









19 de janeiro de 2016

Lua nua

Lua, crua e nua
Eu toda sua
Ninguém vê...

Ando agora vestida
Armada e descabida
Buscando um outro você.



Naná Kavaliauskaite - 19/01/2016